Naquele dia ninguém imaginava. Eu era uma pessoa normal que queria apenas sair para me divertir. Era domingo, mais um domingo, como qualquer outro, onde tudo deveria seguir normal, mas não foi assim…
Tínhamos entre 20 e 46 anos, éramos jovens ainda, tínhamos uma vida longa e feliz pela frente, porém alguém não queria que isso acontecesse, alguém decidiu que nós não deveríamos continuar, alguém quis que tudo acabasse.
Era por volta das 2:00 horas da manhã horário local quando um homem entrou atirando em todos nós. No momento eu não estava entendendo o que estava acontecendo. Foi quando eu vi vários dos meus amigos, parceiros, conhecidos, gritando, chorando e caindo. Eles morreram…
Eu em um ato de desespero sai correndo para o único lugar que no momento poderia ser mais seguro. Queria me despedir da única pessoa que em toda minha vida me aceitou, me amou e me quis como eu era.
-Mãe, te amo. Estou num clube que está sofrendo um tiroteio. Preso no banheiro.
Minha mãe em pleno desespero me pergunta onde estou.
— Eu estou no banheiro. Ele está chegando. Eu vou morrer.
Aquela seria a última vez, porque a última vez? O que eu fiz? Porque agora? Eu apenas fechei os olhos e em alguns segundos toda minha vida passou diante dos meus olhos. E eu adormeci.
Adormeci com um mundo ainda cheio de pessoas intolerante, preconceituosas, arrogantemente, mentirosas… Adormeci sem consegui ver a evolução. Eu apenas adormeci para não acordar mais.
Eu não deveria ter morrido…
A Prefeitura de Orlando confirmou a morte de Eddie Jamoldroy Justice, de 30 anos no qual eu contei a historia dele como eu imaginei que deveria ter sido no domingo do dia 12/06/2016.
Gente, estou me colocando no lugar da mãe, do pai, da irmã, do irmão de todos aqueles que perderam uma pessoa amada em um dos massacres mais sangrentos que os Estados Unidos já presenciou desde o 11 de setembro. Nesse massacre já foram confirmados 50 mortes até a data desse post.
Já chega de tanta intolerância! Por Orlando e pelo mundo.
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